quinta-feira, 19 de maio de 2016

BRINCADEIRA DE MAU GOSTO: "PROGRAMA PANICO NA BAND É CRITICADO DEPOIS DE SUA APRESENTAÇÃO DE DOMINGO"

PNICO

'Pânico na Band' extrapola os limites do bom senso e faz pegadinha envolvendo simulação de suicídio

Em uma ação irresponsável e bem longe do bom humor, o programa Pânico na Band apresentou no último domingo (15) uma pegadinha envolvendo um falso suicídio.
Isso mesmo, o humorístico resolveu fazer piada com um tema delicado, sensível e ainda tabu em nossa sociedade. A vítima do quadro Trollagens do Pânico foi a integrante Babi Muniz.
Um ator contratado pelo programa se fez passar por segurança da jovem no dia de seu primeiro show. Ao longo da noite, ele simulou brigas com a namorada ao telefone até descobrir uma traição.
A partir de então, passou a anunciar seu suicídio. Obviamente, a jovem entrou em desespero e tentou convencê-lo do contrário.
A brincadeira de mau gosto não só promoveu o mal-estar da vítima como expôs o sofrimento dela ao público. Mas não parou por aí. Ultrapassando qualquer limite do bom senso, o ator foi instruído a consumar a ideia do suicídio, disparando um tiro de mentira na própria cabeça. E assim o fez.
As cenas fortes chocaram Babi e os espectadores. No Twitter, o programa foi, com razão, criticado:

Fonte: brasilpost.com.br

Suicídio não é piada
Não é de hoje que o Pânico na Band deixa piadas que fazem o público rir de lado, apelando para situações que constrangem tanto a sua equipe quantos os espectadores em casa. No entanto, parece que o humorístico não se importa com quem está do outro lado da tela.
O Brasil é o oitavo país com mais suicídios no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 32 pessoas por dia tiram a própria vida.
Dados do Mapa da Violência – Os Jovens do Brasil mostram que a taxa de suicídio de jovens aumentou 42% entre 2002 e 2012.
Essa estatística também aumentou entre as jovens mulheres: entre 2010 e 2014, o número de suicídios de quem tem de 15 a 34 anos cresceu de 20% para 25%.
Infelizmente, o suicídio é ainda um tema cercado de tabus.
Faltam discussões sérias sobre as motivações desse ato e a divulgação de canais de ajuda, inclusive às famílias de quem se suicida. Tais informações dariam à sociedade a possibilidade de reverter os números que você viu acima e de lidar com o assunto com a delicadeza e compreensão que ele merece.
E infelizmente também sobram ações irresponsáveis, como essa do Pânico na Band, que além de prestar um desserviço para a compreensão do assunto, distorce a imagem do sofrimento alheio.

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