quinta-feira, 26 de maio de 2016

PARTE 2: "VAI ENCARAR LALAU, ESPECIAL" PROF. ESPEDITO CARDOSO: "IMPEACHMENT, GOLPE, MENSALÃO, PEDALADAS, COLLOR"...

FOTO DO BLOG: A esquerda prof. ESPEDITO CARDOSO. 


02. BLOG:

Amigo Espedito, tudo isso que você falou tem alguma coisa a ver com o Impeachment da presidente da República? Você acha que está havendo um “golpe” no Brasil?

ESPEDITO: 



Isso é apenas um detalhe que desencadeou o processo de Impeachment! Se você observar os escândalos, desde o Mensalão até chegar à Petrobrás, agora culminando com o crime de responsabilidade, você constatar que já foi um pouco tarde este afastamento. Na realidade, se vivêssemos num País sério, este pessoal aí nem teria o direito de ter ido para a reeleição. E foi aí, exatamente, quando o crime de responsabilidade veio à tona. Desde as maquiagens da realidade econômica, até os subterfúgios que o Governo usou para esconder os “rombos” e a sua incompetência administrativa da coisa pública, até “passar por cima” do Congresso Nacional e desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, este crime já está mais do que configurado – o que ficou conhecido como “pedaladas fiscais”. Tudo foi planejado para não perder as eleições de 2014, pois a reeleição da presidente estava visivelmente ameaçada! Então, a ordem era “gastar... gastar... gastar...” Só não podiam perder a eleição. Tomou-se dinheiro emprestado aos bancos oficiais, que é proibido, alegando que era para pagar os programas sociais. Na verdade, do montante, não chega a 2% o que gastaram com o Bolsa-Família, por exemplo. O resto foi para o rombo do “ralo de buracos enormes”.
INCLUSIVE, a eleição de 2014, ou seja, a reeleição, está ameaçada de anulação pelo Tribunal Superior Eleitoral, não só pelos gastos e uso da máquina administrativa, mas também pela denúncia de “fraldes” das urnas eletrônicas. Tem-se até a impressão de que, tão somente passe o Impeachment, a chapa inteira será anulada, de acordo com as observações de vários analistas políticos.
Quanto à afirmação de que está havendo um “Golpe”, porque a presidente foi legitimamente eleita, esta é uma das maiores aberrações e a mais patente prova de ignorância e de desrespeito à nossa inteligência! Primeiro, estes mesmos que afirmam isso foram exatamente os mesmos que lutaram ardorosamente pelo Impeachment de Fernando Collor, que foi, também, legitimamente eleito. E eles nem achavam que era Golpe! Segundo, todo o processo foi seguido de acordo com o que determinou o Supremo Tribunal Federal, que já reiterou a legitimidade do Impeachment, inclusive, ressaltando todos os passos que foram seguidos para que se cumprisse o amplo direito de defesa.

LALAU: E por que tantos outros “rombos”, então, Espedito? 

ESPEDITO:

Esta é a grande pergunta que as pessoas se fazem! Este é o governo mais inchado, “nunca visto antes, na História deste País”. Só de cargos de confiança, beira à casa dos 120 mil; bancava, com toda a mordomia, nada mais nada menos que 39 ministérios e inúmeras secretarias; a máquina pública federal possui mais de 615 mil servidores civis ativos, distribuídos em órgãos, autarquias e fundações – só de 2002 até agora, esse inchaço aumentou em mais de 130 mil, incluindo cargos e funções gratificadas; só a serviço da Presidência da República, que, em 2007, eram 5.697, hoje chega a mais de 18 mil funcionários; só no Cartão Corporativo, que eles usam para suas compras, o rombo chega a 615 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União; vale ressaltar que, deste total, 95% foram gastos em uma rubrica “confidencial” e, por isso, não sabemos em que foi gasto. Esses dados são apenas para você ter uma ideia do motivo deste rombo, que hoje chega a 170,5 bilhões de reais, conforme os cálculos da equipe do presidente em exercício. Somem-se a isso, as grandes somas de dinheiro desviado para financiar obras e projetos políticos em outros países, especialmente naqueles ligados, ideologicamente, ao governo afastado do cargo.


LALAU: Espedito, e este problema de alguns países dizerem que “não reconhecem” o governo Temer – por sinal um discurso usado pelo PT.

ESPEDITO:


Lalau, como eu falei antes, este povo, hoje, fala tudo ao contrário do que falava antes. É uma falta de coerência tão grande que, às vezes, pensamos que eles não apenas sofreram uma “amnésia” política e histórica, mas também uma amnésia clínica de verdade. Primeiro, defenderam o Impeachment de Collor, viraram “cara-pintada” e, hoje, com a “cara lavada e de pau”, acham que tudo é Golpe. Foram à praça pública duas vezes, na eleição e na reeleição, pediram voto para Dilma e Temer e, agora, dizem que não votam nele. Lembro-me de um dos comícios, quando o Temer subiu ao palanque, a euforia de Lula e Dilma e histerismo dos petistas foi impressionante. Assim disse a candidata à época, de mãos dadas com Lula e Temer: “Este é o meu vice. E eu tenho a alegria de ter um vice competente, com experiência política, um homem honesto e, com certeza, vai saber me substituir muito bem...” 
Seria uma “premonição”, ou “profecia”? E por que, “de repente, não mais que de repente”, este vice vira “traidor”, “golpista” e “conspirador”? Como diz o ditado, hoje, a palavra deste povo do PT “é a mesma coisa que um risco na água”! Acreditam nela, apenas os fanáticos de plantão, que beiram à alienação incurável! A figura do vice é constitucional, inclusive, figurando na Carta Magna do País e na própria urna eletrônica – voto casado – chapa cheia – presidente e vice. O mais é balela e falta de respeito à nossa inteligência!
Quanto à posição de outros países, além ser uma questão meramente política, mediante as afinidades com o governo que sofre o impedimento, é a mais verdadeira prova de que eles não têm o mínimo de respeito pelo nosso povo, pelas nossas leis, nem pela soberania nacional.


LALAU: Espedito, o que você diz sobre o discurso dos que defendem a realização de eleições gerais agora? 

ESPEDITO: Aí, sim, seria o grande GOLPE, que tanto eles propagam. De Golpe, eles entendem. Por quê? São expert! Primeiro, para haver eleições gerais, neste caso, necessitaria de uma PEC, para mudar a Constituição Federal, uma vez que na lei não há referências a essa situação. Segundo, porque o governo, não tendo mais como reverter o Impeachment, procurava se agarrar em qualquer artimanha que o fizesse vislumbrar uma “luz no fim do túnel” – lançando um candidato “salvador da Pátria” deles, ou lançando um Plano B, apoiando um candidato, que acolheria os governistas. Até, segundo as análises, ensaiaram ainda um “flerte” com a própria Marina Silva, através da Rede de Sustentabilidade. Acontece que Marina Silva, neste momento, não tem respaldo algum, nem credibilidade diante da população. Foi omissa o tempo todo, tramou contra o Impeachment, nas caladas da noite, e ainda orientou os deputados da Rede a votarem contra, na votação da Câmara, mesmo contra 85% dos brasileiros. Foi o maior “tiro no pé” que ela já deu na sua atividade política. Sem chances! Abafaram o caso!

AGUARDEM ÀS PRÓXIMAS ETAPAS DESSA EXCELENTE ENTREVISTA...

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