O presidente afastado da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou há pouco para prestar depoimento no
Conselho de Ética da Casa que o investiga. O depoimento dele nesta
quinta-feira (19) é o último das oitivas e, a partir daí, começa o prazo
de dez dias para que o relatório do processo, a ser preparado pelo
deputado Marcos Rogério (DEM-RO), seja apresentado.
Cunha está acompanhado de seu advogado, Marcelo
Nobre. O conselho investiga se houve quebra de decoro de Eduardo Cunha
por supostamente ter mentido durante a audiência da Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) da Petrobras, quando ele negou a existência de
contas no exterior em seu nome.
A expectativa da defesa de Cunha é que Marcos
Rogério entregue o relatório antes mesmo do prazo final previsto, que
seria o dia 30 de maio. Marcelo Nobre tem afirmado que vai recorrer à
Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa, presidida pelo também
peemedebista Osmar Serraglio (PR), se o relator decidir incluir no
texto a acusação de vantagens indevidas. Rogério disse que se novas
provas surgirem sobre o pagamento de propina a Cunha em troca de
viabilizar contratos e negócios envolvendo estatais brasileiras, como a
Petrobras, pode considerar os fatos no final da instrução, dando mais
tempo para que a defesa de Cunha se manifeste.
No último dia 5, o ministro Teori Zavascki, relator
da Operação Lava Jato no STF, determinou o afastamento de Cunha do
mandato de deputado federal e da presidência da Câmara. A decisão
liminar atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, que acusou Cunha de tentar interferir na condução das
investigações da operação.
Fonte: Diário de São Paulo
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